Persistência e acreditar no seu potencial

Persistência e acreditar no seu potencial | Core PR

Há mais de 30 anos atuando na área, a representante comercial Creuza Santos viu muitas mudanças acontecerem no mercado de trabalho para as mulheres. Nos anos 90, por exemplo, não era permitido mulheres em cargo de gerência na empresa em que ela trabalhava.

Ela recorda que, nessa época, as empresas ainda eram muito machistas. “Quando eu vi que acima do cargo de supervisão não tinha mais pra onde crescer, pois nessa época na empresa em que eu estava não permitiam mulheres no cargo de vendedora ou gerente, resolvi pedir demissão e buscar novos desafios”, diz Creuza.

A empresa é a Nestlé, e apesar disso, foi lá que Creuza desenvolveu suas habilidades de vendedora. “Antes disso, eu trabalhei na empresa Suite Armour, foi meu primeiro emprego, onde iniciei no cargo de demonstradora do produto Sopa importada Campbells. Após três anos nessa empresa, recebi uma proposta do gerente da Nestlé para trabalhar na divisão de iogurte”, conta a representante.

O desejo de ter uma carreira profissional de sucesso fez Creuza ver nessa empresa multinacional uma grande oportunidade. “Como sempre fui uma pessoa que quis fazer carreira, dei o melhor de mim na Nestlé, vi que ali teria chance de ter um futuro promissor pela frente e não desperdicei a oportunidade”. 

Após três anos de muito trabalho, ela recebeu uma proposta para ser supervisora de uma equipe de demonstradora dos produtos Nestlé no estado do Paraná e Santa Catarina. Neste cargo, Creuza trabalhou mais sete anos viajando nos dois estados com a equipe de demonstradoras, fazendo a divulgação dos lançamentos dos produtos da empresa. “Foram dez anos no total de trabalho e muito aprendizado. Esse tempo, foi como a faculdade que não pude fazer devido as viagens de trabalho, mas valeu muito a pena e aprendi muito”. 

Quando saiu da Nestlé para buscar crescer mais profissionalmente, Creuza se viu, novamente, de frente ao dilema de ser mulher em um meio profissional ocupado majoritariamente por homens. “Eu fui trabalhar na empresa Copa CIA de papéis e no início não foi nada fácil, pois fui umas das primeiras vendedora mulher no cargo que só era ocupado por homens, foi uma época difícil, mas também de muito aprendizado”, relembra.

Atualmente, Creuza completa 27 anos trabalhando na Miura Distribuidora de Embalagens. “Sempre gostei do que fiz e sempre trabalhei nessa área. Mesmo em meio as dificuldades encontradas pelo caminho, nunca me dei por derrotada, continuei correndo atrás. Então um conselho que eu dou para as mulheres que querem ingressar nessa área é ter muita persistência e acreditar no seu potencial”, recomenda.

“Hoje posso dizer que nas salas de espera nos supermercados o número de mulher representante é igual ao de homens, até porque muitas das mulheres representantes trabalham com carteira assinada, então eu percebi essa mudança acontecendo ao longo dos anos e isso é muito positivo”, comenta.

Em relação a vida pessoal, Creuza afirma que a conciliação com a vida profissional se dá como em qualquer outra área: “Eu sempre digo que as mulheres de hoje são dez em uma. Temos uma capacidade invejável de conciliar o trabalho com os filhos e com a casa e muitas de nós ainda achamos tempo de ir numa academia, eu, por exemplo, não abro mão das minhas caminhadas e de ler um bom livro. E depois ainda dizem que as mulheres são do sexo frágil”, diz a representante, rindo, com bom humor.